Gargas Tropical

terça-feira, maio 30, 2006

mergulhos

Estou cansado... prometo escrever depois...

Mas fica a notícia!

Estou certificado!

Sou um mergulhador "open water" :)

e com um currículo "invejável" de 100% de mergulhos nas caraíbas!!!!

Depois conto...
Agora vou dormir :)

quarta-feira, maio 24, 2006

Mudanças

Sinto o meu ritmo a mudar em Trinidad. São muitos os acontecimentos recentes que me fazem alterar este andamento... Uns mais palpáveis, outros um pouco mais "interiores". O certo é que o meu dia a dia tem vindo a mudar e por vezes custa-me perceber se me isolo mais, ou se procuro apenas outras coisas.

A visita do João, e as que se aproximam também, fizeram-me afastar dos Invaders... Recordo dois ou três ensaios desde o Carnaval, pouco mais... Esta semana passei por lá de novo, mas não toquei.
Gostei de os ouvir, saudades daquela música. E recordei de novo a loucura do Carnaval quando tocavam "This one for you Bradley", o tema que levámos ao Panorama. Mas não os consigo acompanhar agora, e não me parece correcto aparecer pontualmente para dois ou três ensaios sabendo que em seguida pararei "apenas" porque chegou alguém...

Tenho pena de não tocar agora, mas é nas visitas que vou pensando.
Uma já tão próxima...
Companhia que aguardo num misto de ansiedade e paciência, tentando dizer para mim mesmo que não é contando dias que eles voam mais depressa.

Falei com a banda. Perceberam a minha situação...
Prometi ir aparecendo, para dizer olá a mais uma "família" que fui criando deste lado, e quem sabe talvez retome os ensaios lá para o fim do ano.

Também as corridas, com os Hashers se tornam cada vez mais raras.
Começo a procurar ambientes mais sossegados, como Chaguaramas, onde me sabe bem andar de bicicleta, e ultimamente o mar, em que aprendo a mergulhar e onde (quando relaxado) me deixo perder.
Este fim de semana foram dois os mergulhos que fizemos. Fundos.

Fomos a 19m de profundidade, e desta vez, um pouco mais confiante, pude observar o mar com mais atenção.

Gostei do "peixe-rocha" e dos "pepinos" do mar, mas foi com os golfinhos que me deliciei, quando os vi passar, tão perto, frente aos meus olhos.
Rápidos. Numa dança... três

...

A Leen e o Jannes estão de partida... Tão pouco falta. O voo, marcado para 10 de Julho aproxima-se cada vez mais, e custa imaginar Trinidad sem eles. Amigos bons que aqui fiz.
Entretanto os dias voam e sinto por vezes uma tensão expectante... Para eles vai ser uma mudança enorme, depois de 5 anos fora de casa, e percebe-se um conflito de sentimentos, entre o desejo de regressar a casa e a tristeza de partir.
Distraem-se com pequenos preparativos.
Fazem os curriculums, procuram companhias de transporte para levar tudo o que aqui juntaram, preparam a festa de despedida...
Tentam aproveitar ao máximo os últimos dias com a sensação de que não dará para tudo e divertem-se a procurar casa nova na internet.

Para nós fica a surpresa dos próximos dias. Como será quando partirem. Mesmo no atelier há muito que deixámos de ser colegas para nos tornarmos amigos, e não nos deixamos de perguntar em silêncio sobre o que sucederá agora.

Temos arquitectos a chegar. Uma rapariga venezuelana, dois rapazes portugueses...
Curioso de saber como serão...

Coitado do Bernard, agora com 4 "latinos" :)

segunda-feira, maio 15, 2006

vacas

Vacas
Vacas
Vacas
...

às cores, às formas, digam... imaginem, escolham... de certo encontram uma...
Alucinações? ou apenas prazer de brincar um porco e pintar a cidade com outras formas?

Lembro-me de as ver em Bilbao. Agora parece que chegam a Lisboa... e eu que as vou perder :(

quero fotografias!!!!

pronto... foi só um desabafo...

http://lisbon.cowparade.com/

contrastes

Uma aula de mergulho... a seco.
um instrutor de nariz entupido.

Maracas, de sol e chuva, e um livro nas mãos,
encontro um amigo mexicano, e o filho, inglês.

Chaguaramas,
flutuando ao ritmo da bicicleta num fim de tarde de Domingo
Olhando árvores, vendo o fogo...

Um susto. Uma notícia...
Longe, quando queria estar perto...

Uma amiga tão perto
quase aqui.
Uma espera doce
Até Junho.

Feliz...

:)

sábado, maio 06, 2006

Peixe

Começou cedinho, com um acordar nada fácil às 6h30 de Sábado. Mas o motivo era forte e nem sono senti.
A aula (teórica) era às 8h00, mas em Chaguaramas, nas marinas, e por isso era necessário contar com o tempo para lá chegar.
Mas era pelas 9h00 que esperava, ainda sem saber muito bem como iria ser. Piscina, mar?

Foi mar :)

A carrinha enchia-se com equipamento. Coletes (BCD), barbatanas, máscaras, botijas, fatos, pesos. E junto à água um barco esperava.
Temos um instrutor, Rick, muito amigável e com tempo para responder a todas as perguntas, mas no início permanece o desconforto de sentir a vida nas mãos de outra pessoa. E se corre tudo mal lá em baixo, penso, sabendo de antemão que estes equipamentos não falham e estão desenhados para, em caso de avaria, nos levarem em segurança até lá acima.

Mas primeiro são os testes. Nadar 300m no mar, boiar por 10 minutos.
E o barco sempre atrás, com 3 pessoas que nos olham confortáveis nos bancos... Claro... quem dá as braçadas somos nós...

Passado o teste, seguimos para Scotland Bay. Pequena baía "Down the Islands" com água verde, transparente e quente. Parada. À minha volta as escarpas cobertas de vegetação tropical. Kobos a voar, um falcão também. Um sossego interrompido apenas pelo motor do barco.
Começa a explicação e o montar dos equipamentos, tudo no barco. As botijas, pesadíssimas assustam, mas o "pior" é quando me passam um cinto com pesos de chumbo para a mão... mas querem-me afogar? Não, apenas contrariar a flutuabilidade normal do corpo. E lá vamos aprendendo, o que se liga primeiro, como, etc...
Visto um fato de mergulho e sinto-me perro... Será que consigo andar com aquilo... e ainda me falta a botija e o regulador, um polvo de borracha que nos leva ar para o colete e boca.

Barbatanas,
Máscara,
...
Água.

A botija é colocada já no mar e estranhamente é tão leve... não a sinto.
Coloco o regulador e respiro... a medo. Será que vem ar?
Vem. Muito leve, sem qualquer esforço. Com a cabeça à superfície não percebo se estou de facto a respirar da botija ou se do exterior. Esvazio o colete...
Afundo...
Suavemente desço. Ajusto a pressão nos ouvidos.
Tudo tão calmo. Apenas algumas bolhas de ar que teimam sempre em chegar à superfície indicando-me que este não é o meu lugar.
Olho à minha volta. A profundida é curta, 3m apenas, pois temos exercícios para fazer e é a primeira vez que mergulhamos.
Não há tempo.... Respiro à vontade e não existe a necessidade de subir, reter novo ar.
Não me posso esquecer... não reter o ar. Respirar... sempre. Que estranho... afinal estou debaixo de água.

Não há peso. Flutuo e sinto-me um pouco astronauta. Em redor peixes.... imensos. E eu entre eles. Já não posso falar. Agora aprendo uma língua diferente, visual, onde os gestos transmitem segurança, receios, possíveis problemas, indicações.

Aprendo a tirar e colocar o equipamento debaixo de água. A limpar uma máscara que se encheu de água ou recuperar o regulador que caiu da boca por qualquer motivo.
É obrigatório ter calma. Sobretudo quando me cortam a admissão de ar, experimentando a sensação de uma botija vazia. O sufoco da completa ausência de ar... Os pulmões secos. E não poder respirar da água.
Aprendo a socorrer-me do segundo regulador que existe no fato do Jannes.

Diz-se que quem mergulha aprende a relaxar em momentos de stress. Talvez por ser obrigatório manter sempre a calma, saber viver 5 segundos sem ar quando é preciso fazer alguma troca, verificar alguma coisa.

Continuamos a nadar. Vejo lagartas marinhas com 50cm de tamanho, peixes aos milhares. Estou a 8m de profundidade e não dei por nada.
É primeira aula. Não era suposto.
Mas o Rick levou-nos, pois entendeu que nos estávamos a adaptar bem. E o prazer de navegar, a 50 cm do fundo, aprendendo a fazê-lo sem nunca tocar na areia :) pois podia ser coral e temos que aprender a preservá-los...

Mas o indicador de pressão não perdoa e desce velozmente. Estarei a respirar muito depressa? O Rick não parece preocupado.. e o Jannes tem valores idênticos. Pergunto-me se serão sempre assim tão curtos os mergulhos... é que o ar está a acabar...

Subimos então... e no meio da conversa pergunto quanto tempo estivemos no fundo...

1h05

e eu nem queria acreditar... para mim "foram" 15 minutos apenas...