INVADERS!!
Era inevitável....
juntei-me aos Invaders :)
Já falei de Steelbands noutro post.
Fazem música com bidões de gasolina. Cortam-nos com vários tamanhos e martelam-nos até que cada zona produza uma nota diferente. Consoante o tamanho podem ser mais agudos ou graves e ganham os nomes dos instrumentos de uma orquestra. Violinos, guitarras, baixos, etc...
Escolhi a guitarra - porque será.... :)
Uma steelband funciona de modo idêntico às escolas de samba. Qualquer pessoa pode entrar, só tendo que aparecer regularmente para os ensaios que geralmente têm cerca de vinte pessoas (excepto os ensaios para o Carnaval que chegam a ter oitenta a cem músicos). Individualmente um "pan" pode ter um som muito doce e melodioso (violinos), ou denso e quase desafinado (baixos). Mas é quando todos tocam juntos que uma steelband impressiona. A sensação de orquestra é quase avassaladora, com a "potência" que todos os instrumentos produzem. Ao contrário de uma escola de Samba (apenas percussão) , os "pan" fazem realmente música, e em conjunto lembram o som de vários orgãos de igreja a tocar em simultâneo, no limiar do som puro para a distorção, aquele ponto, em que estando no limite, os instrumentos se revelam com toda a intensidade.
Lembro-me bem de quando ouvi a primeira banda. Foi no dia da minha chegada. Tinha 15 horas de viagem em cima, estava esgotado, e era sábado de carnaval, dia de apresentação das bandas.
Ouvi uma tocar, ao fundo, e sem preceber o que se estava a passar pensei... mais uma banda com orgãos... o som era longínquo e a desilusão enorme. Quando vinha embora a próxima banda, que se preparava para entrar em palco e estava naquele momento a um metro de distância, iniciou um ensaio final. Fiquei estarrecido, e com a pele toda arrepiada. Nunca tinha ouvido nada como aquilo... O som crescia a cada nota num ritmo vertiginoso
Os invanders ensaiam a 50m da minha casa, e de vez em quando assisto aos ensaios, enquanto decido dentro de mim o que fazer. Alguns dias atrás ganhei "coragem" e falei com o "capitão" da banda. Imediatamente me disseram que podia tocar, que só tinha que aparecer regularmente e que eles me ensinavam :)
A semana passada fui então pela primeira vez tocar com os Invaders. Quer dizer... sobretudo olhar, porque neste momento ainda nem sequer sei que nota dá cada zona do pan... mas lá fui tentando copiar os movimentos dos outros.. e até já sei uma música :)
Gostei sobretudo do modo como a banda aprende uma música nova. São poucas as pessoas em Trinidad que sabem ler uma partitura. Na Terça-feira foi então um senhor (não me recordo o nome) entregar uma nova música aos Invaders. E foi impressionante ver 20 pessoas a aprender uma música de dez minutos numa noite... na quarta-feira já a tocávamos, completa e sem falhas!!!
Com um Discman nos ouvidos e sentado numa cadeira ia dizendo as notas e os tempos a cada instrumento, frase a frase. E depois ia juntando novos instrumentos ao conjunto, a um ritmo alucinante.
Quando terminou de ensinar, e tendo ouvido apenas uma vez a banda toda, levantou-se, despediu-se, e desapareceu... Ficámos a ensaiar durante o resto da noite a música nova, e saí a pensar: "amanhã já não sei nada disto outra vez... espero que alguém se lembre"
Surpresa minha... todos a sabiam de cor, e ensinavam-na de novo aqueles que não apareceram na noite anterior...
juntei-me aos Invaders :)
Já falei de Steelbands noutro post.
Fazem música com bidões de gasolina. Cortam-nos com vários tamanhos e martelam-nos até que cada zona produza uma nota diferente. Consoante o tamanho podem ser mais agudos ou graves e ganham os nomes dos instrumentos de uma orquestra. Violinos, guitarras, baixos, etc...
Escolhi a guitarra - porque será.... :)
Uma steelband funciona de modo idêntico às escolas de samba. Qualquer pessoa pode entrar, só tendo que aparecer regularmente para os ensaios que geralmente têm cerca de vinte pessoas (excepto os ensaios para o Carnaval que chegam a ter oitenta a cem músicos). Individualmente um "pan" pode ter um som muito doce e melodioso (violinos), ou denso e quase desafinado (baixos). Mas é quando todos tocam juntos que uma steelband impressiona. A sensação de orquestra é quase avassaladora, com a "potência" que todos os instrumentos produzem. Ao contrário de uma escola de Samba (apenas percussão) , os "pan" fazem realmente música, e em conjunto lembram o som de vários orgãos de igreja a tocar em simultâneo, no limiar do som puro para a distorção, aquele ponto, em que estando no limite, os instrumentos se revelam com toda a intensidade.
Lembro-me bem de quando ouvi a primeira banda. Foi no dia da minha chegada. Tinha 15 horas de viagem em cima, estava esgotado, e era sábado de carnaval, dia de apresentação das bandas.
Ouvi uma tocar, ao fundo, e sem preceber o que se estava a passar pensei... mais uma banda com orgãos... o som era longínquo e a desilusão enorme. Quando vinha embora a próxima banda, que se preparava para entrar em palco e estava naquele momento a um metro de distância, iniciou um ensaio final. Fiquei estarrecido, e com a pele toda arrepiada. Nunca tinha ouvido nada como aquilo... O som crescia a cada nota num ritmo vertiginoso
Os invanders ensaiam a 50m da minha casa, e de vez em quando assisto aos ensaios, enquanto decido dentro de mim o que fazer. Alguns dias atrás ganhei "coragem" e falei com o "capitão" da banda. Imediatamente me disseram que podia tocar, que só tinha que aparecer regularmente e que eles me ensinavam :)
A semana passada fui então pela primeira vez tocar com os Invaders. Quer dizer... sobretudo olhar, porque neste momento ainda nem sequer sei que nota dá cada zona do pan... mas lá fui tentando copiar os movimentos dos outros.. e até já sei uma música :)
Gostei sobretudo do modo como a banda aprende uma música nova. São poucas as pessoas em Trinidad que sabem ler uma partitura. Na Terça-feira foi então um senhor (não me recordo o nome) entregar uma nova música aos Invaders. E foi impressionante ver 20 pessoas a aprender uma música de dez minutos numa noite... na quarta-feira já a tocávamos, completa e sem falhas!!!
Com um Discman nos ouvidos e sentado numa cadeira ia dizendo as notas e os tempos a cada instrumento, frase a frase. E depois ia juntando novos instrumentos ao conjunto, a um ritmo alucinante.
Quando terminou de ensinar, e tendo ouvido apenas uma vez a banda toda, levantou-se, despediu-se, e desapareceu... Ficámos a ensaiar durante o resto da noite a música nova, e saí a pensar: "amanhã já não sei nada disto outra vez... espero que alguém se lembre"
Surpresa minha... todos a sabiam de cor, e ensinavam-na de novo aqueles que não apareceram na noite anterior...
Na quinta-feira houve concerto no Savannah Park como parte do programa das comemorações do "Emancipation Day"...
6 Comentários:
queremos concerto!!!!!!
:o))
hummm... :)
Até que da nossa parte não é difícil. Quem nos patrocina é a BWIA, a companhia aérea de Trinidad, que paga as deslocações todas da banda... Quem sabe há por aí alguém interessado em organizar um festival :)
Eu preferia ver-vos no vosso ambiente natural... ;-)
Pedro, fico mesmo muito feliz por saber que finalmente foste para os invaders
beijinhos grandes do teu irmão joão
vou falar com o pai da liliana para ver se ele consegue trazer-vos cá para tocarem no festival de músicas do mundo en Sines beijinhos joão
HEHEHE havia de ser lindo... a minha primeira "internacionalização" e logo em Portugal :)
Enviar um comentário
<< Home