Gargas Tropical

terça-feira, março 29, 2011

segunda-feira, julho 09, 2007

...

São misteriosas as últimas páginas de um livro. Naquele instante em que o peso das palavras se deslocou por completo da mão direita para a esquerda e em que os dedos já contam mentalmente as últimas folhas.

Quando leio receio o confronto com este momento em que toda a ilusão se desfaz... ponto que anseio e temo, inevitavelmente querendo mais.

Os livros que leio têm muitas vezes finais difíceis. Culpa dos autores... culpa talvez de quem lê. E o aperto costuma deixar-me sem falar.
Outras vezes não terminam, prolongando-se para lá das palavras, ultrapassando o papel.
Vogo então nesse caminho que me fica apontado e sonho os gestos que faltaram.

Esta estória termina.
Aproxima-se rápida, derradeiramente dessa última palavra para além da qual se estende apenas um ponto.

Olho os meus dedos. Ainda não chegam para contar as duas dezenas de páginas que tenho que virar, mas é curta a diferença...

e tenho medo,
e desejo,
e vontade.

Devagar (apressadamente?) despeço-me, como nos livros. Liberto-me.
E descubro-me personagem, sentindo a dor física do ponto final que me espera, abandonando uma estória que continuará para lá de mim.

De repente, como nos livros, tudo o que há contar é maior que as folhas por virar. Precisava de mais espaço, de mais tempo, de mais tudo.
Mas não é um livro, e em breve, tão breve, só a recordação impressa na memória permitirá voltar atrás. Reler o que nunca ficou escrito. O que não se escreve.

Diferente o início. Angustiante, cheio de expectativas e sonhos... alguns vividos, outros nem tanto, ou talvez diferentes apenas. Mas sempre encerrado na certeza aconchegante de saber regressar, um dia.

E agora, fechadas as cortinas (quase), o vazio.

E a personagem, alheia às palmas - ou assobios(?)... :) - despertando cheia de vida vivida pergunta-se se sonhou...
Regressará? terminou?...
Não sabendo o que sente.
Apenas vontades duplas, misturadas.
E saudades de muito.
De Portugal
De Trinidad


sábado, maio 12, 2007

31 Julho

Olho Trinidad com olhos de despedida.
Devagar vou dizendo adeus, num tempo que apesar de ainda longo, é tão curto.
Regresso a alguns lugares e ao prazer da redescoberta junta-se agora uma saudade, quase certeza de não voltar mais.

Desligo-me, como que para que no final doa menos (?). Mas sei que vai custar.
Diferente agora a "absoluta" certeza em mim de que dois anos e meio terminam. Dias que vivi, e neles, uma infinitude de rostos e gestos que deixo agora para trás.

Um começar de novo a aguardar-me, marcado por uma data e um avião. Um regresso que desejo.
E marcas de momentos bons, aqui, que sei que não vou esquecer.

Sei o que é deixar um lugar. Mas desconheço a sensação ainda do "definitivo", talvez interrompido um dia por umas férias.
Sabia que seria assim, um dia, quando partisse.
Mas nunca pensei a sério (ou não quis) nestes últimos dias que inevitavelmente me chegam.

Despedidas misturadas com ansiedades de regresso.
Contradições,
muitas.
Vontades diferentes em mim.
Em dias poucos, onde o tempo parece ser mais rápido que a vida.

Perguntas
sonhos
...

aguardo.

...

(fim de semana anterior vivendo um segundo carnaval na madrugada de sábado em Point Fortin)





... e visitando tartarugas em Grande Riviere





terça-feira, abril 24, 2007

Abril


:)
:)
:)

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Tobago


Ontem

:)