Férias
Foram 5 dias. Acabaram hoje. Dois feriados, uma ponte e um fim-de-semana, que mistura tão agradável.
Estive sozinho estes dias. Passeei pelo país. Passeei pela cidade. Fui à praia, arrumei a casa. Sobretudo descansei e gozei o prazer de fazer umas férias à minha medida.
Visitei o "Pitch lake". Como o nome aponta, mais não é do que um enorme lago de alcatrão natural. Existem quatro no mundo (sigo as palavras do guia). Para além do de Trinidad, um na Dinamarca, um Na Venezuela e um em Los Angeles. Este é o maior, e também o único onde se pode andar, pois o alcatrão forma uma crosta à superfície com uma densidade considerável. É preciso contudo ver onde se põe os pés, pois muitas vezes com o calor derrete e cria aquela pasta tão nossa conhecida e odiada pelos detergentes.
É um lugar estranho. Não é bonito... mas atrai. Aquele negro todo... Lembra a civilização industrial, e todos os males que a ela associamos. O alcatrão, o negro, a poluição.
É silencioso, quase aterrador na imensidão do negro. Parados, os comboios de carga aguardam por ser cheios. algumas carruagens jazem, já perdidas dos carris, das guias... possivelmente para nunca mais voltarem a rolar.
E no fundo, uma velha fábrica continua a funcionar, extraindo este líquido precioso e odiado e exportando para todo o mundo. Num corte geológico no Museu Nacional de Port of Spain compreende-se que um terço do alcatrão já foi retirado...
Mas este é um lago natural, e uma delícia para as plantas. Do lago, apenas está exposto parte. todo o resto são plantações, das mais férteis de Trinidad, que se estendem pela região.
As águas que lá brotam não são bebíveis, mas diz-se terem propriedades terapeúticas...
Fui também a Grande Riviere. No norte da ilha, é uma das praias favoritas das tartarugas.
Chegam durante a noite, para pôr ovos. Cada uma põe cerca de oitenta ovos por dia, durante cinco dias consecutivos. Parece uma imensidão, mas as estatísticas mostram que das pequenas tartarugas apenas uma em cada mil sobrevive...
Começaram a pôr ovos há três meses, e ainda hoje continuam a chegar à costa com regularidade. São bichos imensos, com quase 2m de comprimento e mais de 600Kg. Só as fémeas vêm às praias onde nasceram. Os machos, depois de conhecerem a água, nunca mais voltam, passando o resto da vida nas costas de Portugal, Inglaterra e Norte de África a comer alforrecas...
Mas desta vez fui para ver as pequenas tartarugas, que nascem ao fim do dia quando a areia está mais quente, e se lançam numa corrida de morte para o mar. Os "abutres", os cães, perseguem-nas impiedosamente. Não chegam a ter 10cm quando nascem. Cabem nas nossas mãos, nos bicos dos pássaros, nas bocas dos peixes quando chegam ao mar. São tão leves que as ondas as arrastam, e é quase uma odisseia entrar na água.
É estranha a sensação de gozar férias sozinho. Falta sempre alguém com quem comentar. Acabamos sempre a meter conversa com desconhecidos. Tudo é pretexto para duas palavras. Até com o Japonês que tirava as mesmas fotografias do pôr-do-sol, que me disse morar no cimo da rua, e todas as tardes descer para fotografar o mar... :)
Gostei de falar com a Joyce. Uma senhora de 50(?) anos que queria saber tudo. Quem era, porque vim... Se gostava de Trinidad, se pensava voltar para Portugal.
Disse-me que precisava de conhecer uma moça trini, de me casar por cá. Que depois disso eu nunca mais voltava para casa :)
Sobretudo gostei do modo como ela parecia amar este país e as pessoas de cá, dizendo-me que nunca seria capaz de deixar Trinidad.
Estive sozinho estes dias. Passeei pelo país. Passeei pela cidade. Fui à praia, arrumei a casa. Sobretudo descansei e gozei o prazer de fazer umas férias à minha medida.
Visitei o "Pitch lake". Como o nome aponta, mais não é do que um enorme lago de alcatrão natural. Existem quatro no mundo (sigo as palavras do guia). Para além do de Trinidad, um na Dinamarca, um Na Venezuela e um em Los Angeles. Este é o maior, e também o único onde se pode andar, pois o alcatrão forma uma crosta à superfície com uma densidade considerável. É preciso contudo ver onde se põe os pés, pois muitas vezes com o calor derrete e cria aquela pasta tão nossa conhecida e odiada pelos detergentes.
É um lugar estranho. Não é bonito... mas atrai. Aquele negro todo... Lembra a civilização industrial, e todos os males que a ela associamos. O alcatrão, o negro, a poluição.
É silencioso, quase aterrador na imensidão do negro. Parados, os comboios de carga aguardam por ser cheios. algumas carruagens jazem, já perdidas dos carris, das guias... possivelmente para nunca mais voltarem a rolar.
E no fundo, uma velha fábrica continua a funcionar, extraindo este líquido precioso e odiado e exportando para todo o mundo. Num corte geológico no Museu Nacional de Port of Spain compreende-se que um terço do alcatrão já foi retirado...
Mas este é um lago natural, e uma delícia para as plantas. Do lago, apenas está exposto parte. todo o resto são plantações, das mais férteis de Trinidad, que se estendem pela região.
As águas que lá brotam não são bebíveis, mas diz-se terem propriedades terapeúticas...
Fui também a Grande Riviere. No norte da ilha, é uma das praias favoritas das tartarugas.
Chegam durante a noite, para pôr ovos. Cada uma põe cerca de oitenta ovos por dia, durante cinco dias consecutivos. Parece uma imensidão, mas as estatísticas mostram que das pequenas tartarugas apenas uma em cada mil sobrevive...
Começaram a pôr ovos há três meses, e ainda hoje continuam a chegar à costa com regularidade. São bichos imensos, com quase 2m de comprimento e mais de 600Kg. Só as fémeas vêm às praias onde nasceram. Os machos, depois de conhecerem a água, nunca mais voltam, passando o resto da vida nas costas de Portugal, Inglaterra e Norte de África a comer alforrecas...
Mas desta vez fui para ver as pequenas tartarugas, que nascem ao fim do dia quando a areia está mais quente, e se lançam numa corrida de morte para o mar. Os "abutres", os cães, perseguem-nas impiedosamente. Não chegam a ter 10cm quando nascem. Cabem nas nossas mãos, nos bicos dos pássaros, nas bocas dos peixes quando chegam ao mar. São tão leves que as ondas as arrastam, e é quase uma odisseia entrar na água.
É estranha a sensação de gozar férias sozinho. Falta sempre alguém com quem comentar. Acabamos sempre a meter conversa com desconhecidos. Tudo é pretexto para duas palavras. Até com o Japonês que tirava as mesmas fotografias do pôr-do-sol, que me disse morar no cimo da rua, e todas as tardes descer para fotografar o mar... :)
Gostei de falar com a Joyce. Uma senhora de 50(?) anos que queria saber tudo. Quem era, porque vim... Se gostava de Trinidad, se pensava voltar para Portugal.
Disse-me que precisava de conhecer uma moça trini, de me casar por cá. Que depois disso eu nunca mais voltava para casa :)
Sobretudo gostei do modo como ela parecia amar este país e as pessoas de cá, dizendo-me que nunca seria capaz de deixar Trinidad.
2 Comentários:
Pááá, que tartarugas tão giras!!! Não consegues fazer batota e chutar mais umas quantas para dentro de água? :-)
Também vou de férias amanhã!
Abraço,
João
O grande inconveniente deste blog - quanto a mim, ñ sei o q pensam os outros frequentadores - é que corre o risco de os comentários se tornarem tremendamente monótonos, à volta do tema da inveja e da dor de cotovelo...
Mas ñ desistas de nos provocar esses sentimentos tan fêos, tá bem, Pedrolas?!
Bjcs
Enviar um comentário
<< Home