quinta-feira, novembro 16, 2006

Fotografias

Hoje fiz a "primeira" experiência de impressão de fotografias. Muitas :)
A senhora já se ri. Na loja, quando entro, é sempre a mesma rapariga que me atende. Já não me pergunta o nome que tem que pôr no envelope nem como quero as fotografias.
Olha para mim a sorrir e diz-me... "a margem é tamanho 5 não é!?".
Gosto de ver as fotografias com a borda branca à volta, e devo ser o único cliente a pedi-lo.
Às vezes põe-se a olhá-las quando saem da máquina e perguntam-me o que vou fazer com elas. Acho que me devem achar meio "doido", mas gostam de as ver :)

Acho piada ser sempre atendido pela mesma pessoa. Vai-se criando uma cumplicidade engraçada. Oiço as outras pessoas a dizer, "Delia! Pedro is here!", e quase que nem preciso de dizer nada. Como se fosse um tratamento "personalizado", tão diferente de ter que responder sempre às mesmas perguntas, explicar tudo do início. Lembra-me os filmes com lojas em que as pessoas entram e saem sem pedir nada, trazendo só o que precisam acompanhado de um bom dia e um até amanhã :)
Um pouco mais do que passagem apenas, como se me tornasse parte da estória, personagem naquela loja. Gestos repetidos a cativar o espectador e a fazer rir :)

Depois...
Gosto de as olhar e relembrar todos estes momentos que aqui tenho vivido. Tão diferente da imagem no ecrã.
O papel. Mais presente, mais físico.
Um ano inteiro em imagens.
Apenas bocadinhos, quase "nada".
E tanto, tanto nelas. Como cabe tanto de vida em tão pouco tempo.

Vou descobrindo também diferenças. Um "olhar" que vai mudando ao longo do tempo.
Menos paisagens. Mais pessoas.
Momentos breves captados entre o correr de duas cortinas.
Expressões. Nunca "sorrisos". É que detesto pedir às pessoas para "pousar".
Gosto de observar, e por vezes levantar a câmara. Às vezes retraio-me. Sinto-me intruso... Nunca seria bom repórter :)

Mas gosto.
De fotografar, de guardar estórias. Voltar a elas mais tarde, sempre buscando algo de diferente.
Descubro-lhes usos e às vezes ofereço-as. As pessoas riem :)

4 Comentários:

Blogger JoaoN disse...

Não há nada como o papel, essa é que é essa! E então com margens...

17/11/06 00:28  
Blogger DoCeu disse...

Bóuas, já estava para escrever, a reclamar se este belogue tava morto!!! :-P
Pois é, ontem, qd andava mental/ a engendrar tal prosa, dei por mim a pensar: "Páá´... há um ano q aquele gajo ñ vem cá!..."
Revi-me nalguns comentários, como aquele de te sentires intruso... oh-u-oh...

Ainda falta muito para chegares?!
Beijos

17/11/06 07:28  
Anonymous Anónimo disse...

E que tal uma fotografia de repórter infiltrado às pessoas que te recebem lá na loja? :)

Só pelo prazer de as imaginar na surpresa de se 'auto-revelarem' :)

Podes fazer duas cópias..
uma para lhes oferecer,
outra para lhes pedir autógrafo!!

:)
Nídia

17/11/06 07:30  
Anonymous Anónimo disse...

Há quanto tempo não lia uma "crónica" de "fotógrafo" que me agradasse tanto :)
Não te esqueças de as trazer. É bom relembrar o que vi por aí.
Um beijo de saudades da mãe.

17/11/06 09:05  

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