Bob
Partiu hoje...
Canadiano?
Trini?
Talvez ambos, depois de tantos anos aqui vividos.
Melhor amigo do Bernard? Não sei, mas inseparáveis eram. Ao ponto da Rosie me dizer que não sabe o que irá fazer o Bernard agora que o Bob voou para a Tailândia.
Sim, cansou-se de Trinidad. E porque continua a viver dentro dele os anos 60 partiu.
Vendeu tudo, da mobília da casa à empresa de T-shirts. Ficou apenas a casa que vai alugar.
Libertou-se de tudo e partiu para o Oriente sonhando com um mundo que talvez não exista como o imagina.
Mas partiu.
Sem saber se gosta, se fica.
Regressa a Trinidad dentro de 4 meses, mas não é para ficar.
Com a frase "I'm out of here", repetida até à exaustão nos últimos meses libertou-se aos poucos do país onde viveu estes últimos anos.
Para mim fica sempre associada a imagem (vivida no meu primeiro dia em Trinidad) do Bob a aparecer em Maracas, geleira na mão e uns óculos escuros a que faltava uma lente perdida horas antes.
Lá dentro um copo de vidro, gelo, muito gelo, e whiskey.
E a pergunta... "So Pedro, you´re from Portugal right?... Wanna a Drink?"
As pessoas que aqui conheci vão partindo. Outras surgem, mas estes primeiros rostos são os que me ficaram mais marcados.
Agora é diferente. Sou eu quem já cá está e outros os que chegam. É a mim que me perguntam como se faz, onde se vai, como se resolve...
E dou por mim repetindo as mesmas palavras que me foram ditas um ano e meio atrás.
Mas é sobretudo a sensação de passagem que começo a descobrir.
Vim como estrangeiro e senti-me "novo" num lugar desconhecido. Um ano passou e aqui cresci. Conheço Trinidad. Tornei-o também um pouco parte de mim.
E quando me sinto inserido é a descoberta (confirmação) que tudo é passageiro.
Como soa estranho o diálogo:
"Até quando ficas",
"perto de Julho",
"ah! Ainda cá estás oito meses..."
E penso, mesmo querendo regressar, oito meses? apenas?...
Como se fosse já quase nada o tempo que aqui estou.
Surpreendo-me com a velocidade dos dias, e o tanto que cabe neste espacinho tão curto que aqui estive (estarei ainda).
As pessoas que conheci e que ficarão sempre, onde quer que vá :)
Um "país" que sem ser se tornou meu também. Tornando-me maior.
Sentir que sim. Valeu a pena ter vindo.
:)
Canadiano?
Trini?
Talvez ambos, depois de tantos anos aqui vividos.
Melhor amigo do Bernard? Não sei, mas inseparáveis eram. Ao ponto da Rosie me dizer que não sabe o que irá fazer o Bernard agora que o Bob voou para a Tailândia.
Sim, cansou-se de Trinidad. E porque continua a viver dentro dele os anos 60 partiu.
Vendeu tudo, da mobília da casa à empresa de T-shirts. Ficou apenas a casa que vai alugar.
Libertou-se de tudo e partiu para o Oriente sonhando com um mundo que talvez não exista como o imagina.
Mas partiu.
Sem saber se gosta, se fica.
Regressa a Trinidad dentro de 4 meses, mas não é para ficar.
Com a frase "I'm out of here", repetida até à exaustão nos últimos meses libertou-se aos poucos do país onde viveu estes últimos anos.
Para mim fica sempre associada a imagem (vivida no meu primeiro dia em Trinidad) do Bob a aparecer em Maracas, geleira na mão e uns óculos escuros a que faltava uma lente perdida horas antes.
Lá dentro um copo de vidro, gelo, muito gelo, e whiskey.
E a pergunta... "So Pedro, you´re from Portugal right?... Wanna a Drink?"
As pessoas que aqui conheci vão partindo. Outras surgem, mas estes primeiros rostos são os que me ficaram mais marcados.
Agora é diferente. Sou eu quem já cá está e outros os que chegam. É a mim que me perguntam como se faz, onde se vai, como se resolve...
E dou por mim repetindo as mesmas palavras que me foram ditas um ano e meio atrás.
Mas é sobretudo a sensação de passagem que começo a descobrir.
Vim como estrangeiro e senti-me "novo" num lugar desconhecido. Um ano passou e aqui cresci. Conheço Trinidad. Tornei-o também um pouco parte de mim.
E quando me sinto inserido é a descoberta (confirmação) que tudo é passageiro.
Como soa estranho o diálogo:
"Até quando ficas",
"perto de Julho",
"ah! Ainda cá estás oito meses..."
E penso, mesmo querendo regressar, oito meses? apenas?...
Como se fosse já quase nada o tempo que aqui estou.
Surpreendo-me com a velocidade dos dias, e o tanto que cabe neste espacinho tão curto que aqui estive (estarei ainda).
As pessoas que conheci e que ficarão sempre, onde quer que vá :)
Um "país" que sem ser se tornou meu também. Tornando-me maior.
Sentir que sim. Valeu a pena ter vindo.
:)
colocado por Pedro às 17:23
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