E faltam tão poucos dias....
Tem caído contínua. É assim o clima nos trópicos, com seis meses secos e seis de chuva. Os dois últimos revelaram-se mesmo completamente intransigentes com o sol, negando-lhe qualquer abertura.
Tempestades tropicais, cheias, muita água tornaram-se a medida do tempo, com a humidade a somar-se ao calor e a dar-me cabo do nariz...
A praia a que me habituei aos fins-de-semana era já uma lembrança de certo modo longínqua numa altura em que tive de descobrir alternativas ao tempo livre.
O guarda-chuva tornou-se obrigatório, assim como os lenços de papel...
Foi neste ambiente que nos mudámos no início da semana para o novo atelier, deixando para trás o espaço emprestado pela ENCO (uma companhia de engenheiros com quem trabalhamos).
Ainda não está pronto, mas já o adoptámos, sem quaisquer saudades do anterior.
Dos interiores encerrados, sem janelas, sem qualquer referência, mudámos para um espaço de luz.
O Bernard construiu o novo atelier junto à casa dele num edifício novo de 2 pisos. Trabalhamos no andar de cima e as fachadas em vidro são um sonho para quem como nós se encontra do lado de dentro. Pela primeira vez num ano de trabalho vejo o sol a passar, o dia a mudar, as variações do tempo, e apercebo-me de como é importante este pequeno grande conforto.
Mas como neste país tudo tem o seu momento, claro que muita coisa ainda não está pronta. Durante o dia os homens das cortinas vêm tirar medidas e trazer os estores. as mesas estão a meio e precisam ainda de ser folheadas... faltam divisórias em vidro, arquivos de ficheiros, etc... mas dá gozo ir vendo o espaço a tornar-se aquilo que desenhámos...
É que se o projecto do edifício é do Bernard, os interiores foram decididos por todos e só aceites após consenso :)
Desde a escolha das cores ao desenho das mesas em tudo parece haver o toque de cada um de nós, e ainda hoje vamos tomando decisões sobre as coisas que faltam.
E como que a dar as boas vindas, o sol voltou. Uma semana de bom tempo que ainda não sabemos se será o anúncio da estação seca...
Claro que os planos para o fim de semana mudaram todos e o novo destino só poderia ser Maracas.
Sábado e Domingo foram passados na praia, com um calor que não foi excessivo e sobretudo, sol, que não via há mais de 2 meses... A água quente ainda anda agitada, recordando-nos que pode ser só temporário este prazer... mas como foi bom estender-me de novo na areia e ficar na praia até o sol se esconder por trás das montanhas.
A água esteve verde e muito brilhante. Quando me descobri dentro dela apercebi-me de como estava transparente, sendo possível contar os dedos mesmo quando molhado até ao pescoço :)
O almoço claro que foi Bake & Shark (no Richard's, o melhor como sempre), e de repente voltei a recordar os primeiros dias em Trinidad quando tudo ainda era novo para mim. Desta vez senti já uma espécie de ritual... A praia aqui é para ser vivida de uma maneira muito especial e só hoje vi como já tinha saudades destes momentos.
Entretanto aproxima-se o Natal. As lojas e casas iluminam-se e cresce no ar uma febre que me é tão familiar mas com a qual não me consigo aqui identificar... É que Natal implica frio, e andar de chinelos e calções parece fazer tudo menos sentido nesta época. As pessoas compram prendas e nas rádios só se houve Parang, de raízes sul-americanas e geralmente cantado em castelhano. Claro que tem ritmo, muito dançável, embora mais suave que a soca, mas tão diferente do nosso conceito de música de natal...
Os olhos começam também a estar postos no fim de Fevereiro. Mais que o Natal enquanto celebração, o que parece importar é que há um indício de que o ano chegou ao fim. Voou, e o grande formigueiro é mesmo o Carnaval. Os "Mas Camps" já lançaram e vendem as máscaras, e as músicas começam a surgir. A 3 de Janeiro (sim, com data marcada!) começam os ensaios para a música principal que os Invaders vão apresentar no "Panorama" e que eu espero vir também a tocar em conjunto com mais 180 músicos!!!!!
Para mim é a proximidade do 7 de Dezembro. É pouco mais do que uma semana o tempo que aqui me resta antes de regressar a Lisboa ao fim de tantos meses.
Tanta gente para voltar a ver, recordações que procuro manter adormecidas mas que começam agora a saltar incessantemente.
Tantas saudades que espero finalmente "matar" :)
Tempestades tropicais, cheias, muita água tornaram-se a medida do tempo, com a humidade a somar-se ao calor e a dar-me cabo do nariz...
A praia a que me habituei aos fins-de-semana era já uma lembrança de certo modo longínqua numa altura em que tive de descobrir alternativas ao tempo livre.
O guarda-chuva tornou-se obrigatório, assim como os lenços de papel...
Foi neste ambiente que nos mudámos no início da semana para o novo atelier, deixando para trás o espaço emprestado pela ENCO (uma companhia de engenheiros com quem trabalhamos).
Ainda não está pronto, mas já o adoptámos, sem quaisquer saudades do anterior.
Dos interiores encerrados, sem janelas, sem qualquer referência, mudámos para um espaço de luz.
O Bernard construiu o novo atelier junto à casa dele num edifício novo de 2 pisos. Trabalhamos no andar de cima e as fachadas em vidro são um sonho para quem como nós se encontra do lado de dentro. Pela primeira vez num ano de trabalho vejo o sol a passar, o dia a mudar, as variações do tempo, e apercebo-me de como é importante este pequeno grande conforto.
Mas como neste país tudo tem o seu momento, claro que muita coisa ainda não está pronta. Durante o dia os homens das cortinas vêm tirar medidas e trazer os estores. as mesas estão a meio e precisam ainda de ser folheadas... faltam divisórias em vidro, arquivos de ficheiros, etc... mas dá gozo ir vendo o espaço a tornar-se aquilo que desenhámos...
É que se o projecto do edifício é do Bernard, os interiores foram decididos por todos e só aceites após consenso :)
Desde a escolha das cores ao desenho das mesas em tudo parece haver o toque de cada um de nós, e ainda hoje vamos tomando decisões sobre as coisas que faltam.
E como que a dar as boas vindas, o sol voltou. Uma semana de bom tempo que ainda não sabemos se será o anúncio da estação seca...
Claro que os planos para o fim de semana mudaram todos e o novo destino só poderia ser Maracas.
Sábado e Domingo foram passados na praia, com um calor que não foi excessivo e sobretudo, sol, que não via há mais de 2 meses... A água quente ainda anda agitada, recordando-nos que pode ser só temporário este prazer... mas como foi bom estender-me de novo na areia e ficar na praia até o sol se esconder por trás das montanhas.
A água esteve verde e muito brilhante. Quando me descobri dentro dela apercebi-me de como estava transparente, sendo possível contar os dedos mesmo quando molhado até ao pescoço :)
O almoço claro que foi Bake & Shark (no Richard's, o melhor como sempre), e de repente voltei a recordar os primeiros dias em Trinidad quando tudo ainda era novo para mim. Desta vez senti já uma espécie de ritual... A praia aqui é para ser vivida de uma maneira muito especial e só hoje vi como já tinha saudades destes momentos.
Entretanto aproxima-se o Natal. As lojas e casas iluminam-se e cresce no ar uma febre que me é tão familiar mas com a qual não me consigo aqui identificar... É que Natal implica frio, e andar de chinelos e calções parece fazer tudo menos sentido nesta época. As pessoas compram prendas e nas rádios só se houve Parang, de raízes sul-americanas e geralmente cantado em castelhano. Claro que tem ritmo, muito dançável, embora mais suave que a soca, mas tão diferente do nosso conceito de música de natal...
Os olhos começam também a estar postos no fim de Fevereiro. Mais que o Natal enquanto celebração, o que parece importar é que há um indício de que o ano chegou ao fim. Voou, e o grande formigueiro é mesmo o Carnaval. Os "Mas Camps" já lançaram e vendem as máscaras, e as músicas começam a surgir. A 3 de Janeiro (sim, com data marcada!) começam os ensaios para a música principal que os Invaders vão apresentar no "Panorama" e que eu espero vir também a tocar em conjunto com mais 180 músicos!!!!!
Para mim é a proximidade do 7 de Dezembro. É pouco mais do que uma semana o tempo que aqui me resta antes de regressar a Lisboa ao fim de tantos meses.
Tanta gente para voltar a ver, recordações que procuro manter adormecidas mas que começam agora a saltar incessantemente.
Tantas saudades que espero finalmente "matar" :)